terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

UMA SÍMPLES CONVERSA

Convido-os a se sentarem de maneira adequada. Coloquem-se com os pés levemente separados. Agora, ponham suas mãos sobre as pernas com as palmas para baixo. Abaixe levemente a cabeça. Feche os olhos e assim tente permanecer para que essa viagem que ora iniciaremos possa ser realizada com a devida eficácia da mesma.
Com os olhos fechados, convido você e só a você que agora com seus 4 – 5 ou 6 anos de idade e totalmente seguro pelas mãos protetoras do pai, da mãe ou mesmo de alguém que muito te ama e tenha acompanhado você até a porta da sua primeira escola, de sua primeira sala de aula. Sinta o calor dessa mão que te protege. Primeira aula. Primeiro dia escolar. Primeira professora ou professor. Veja os detalhes da blusa que ela usa ou a cor da camisa do seu professor. E o lanche, consegue sentir o sabor? Nesse dia, você já sabia ou se sentia com um Dr. Na frente do seu nome?
E na sua 4ª série – os maiorais da escola- o primeiro namoro. A primeira paquera. Aquele sorriso que te deixa com as pernas bambas.
Agora, você já cursa a 5ª série. Quantos professores diferentes! Novos amigos. O começo de uma falsa liberdade. Agora que pensa que manda em si mesmo, já decidiu o que vai ser quando realmente crescer?
E a 6ª e 7ª série? A mesmice? A revolta e a certeza de que o mundo todo é e está contra você. A 8ª série, a turma da pesada. Quantos amigos deixará na vida! O Ensino Médio, mundo novo! Ciências do aprendizado. O meio de um dos caminhos dentre um o qual você escolher trilhar. Terceirão...Que legal! Quantas saudades! Quanta correria! Pré- vestibular! Orgasmo total. Tal qual o primeiro beijo e ou a primeira vez – pernas bambas, suor frio, alegria, adrenalina, tudo junto- E o ENEM? Mais uma chance de ingressar numa Universidade. O curso, você escolheu ou escolheram para você? Formatura. Um canudo. Uma carreira. Veja você agora no seu primeiro emprego. Você está medicando, atendendo,aplicando o que aprendeu ou você faz parte do grupo que não passou do Ensino Médio? Aquele que pensa que ser a faculdade desnecessária aos filhos de pobres?

Agora você em seus 40 anos. É um profissional correto, sobressai-se na sua carreira ou sobrevive pelos outros com o fazia nas provas escolares? Valeu a pena copiar ou continuar roubando as ideias e os conhecimentos dos que te rodeiam?
E agora, aos 50 anos? Você comanda ou é comandado? O caminho que escolheu estava certo? No que você errou? Nas colas ou no encosto do puxa-saquismo de seus professores? Nas falsas desculpas para consigo mesmo do “eu vou mudar”?
E hoje, aos 65 anos, chegou à sonhada aposentadoria. Você a merece? Fez de tudo para fazer jus a ela?
E os seus 70 anos já chegaram e o que você tem a oferecer àqueles que o cercam? Seus filhos, netos, amigos e amores?
Os seus 80, 90 anos ....Que glória não!?Você ainda aprendendo e ensinando hem!?
Veja você agora com os seus 104 anos nessa sua cadeira de balanço pra lá... pra cá... pra lá... pra cá... como nos seus 4 ou 5 anos. Na cadeira de balanço ou na cadeirinha infantil do seu primeiro dia de aula. Sinta novamente o calor daquela mão que te acompanhou até a porta da primeira escolinha. Essa mesma mão que a vida toda te protegeu de tudo e de todos. Hoje, a partir desse momento, é essa mesma mão que estará com você. A mão do criador. E é com a força do todo poderoso que você entrará pelas portas de uma faculdade, ou melhor, faculdade não, Universidade. Aquela que você sabe que fez por merecer.
Então valeu a pena toda a sua caminhada até aqui? Valeu a pena se abdicar de tudo em prol de seus estudos e de se tornar um verdadeiro profissional? Responda isso para aqueles que estão sempre ao seu lado e que foram seus amigos em todas as horas.Quem...?! Você não sabe?Basta senti-los. Você os reconhece agora? Eles são o seu amor e o seu orgulho próprio, a sua consciência, a sua dignidade, ou seja, um todo de você mesmo.
Pensando assim... Abra seus olhos e se veja no lugar que somente você é o único culpado ou o único vencedor e merecedor de estar!!!

Obrigado por essa viagem

SANTELL
2010
(Texto adaptado de autor desconhecido)

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